quarta-feira, 6 de julho de 2011

Palavras


Aos montes, borrões em minha mente
palavras,
insanas, profanas,
Quimeras sem Belerofontes...
brotam, fogem,
desespero em plena madrugada...
as sinto, vejo, percebo
vão e vêem,
como Dríades fugidias,
se escondem no profundo da alma
sedenta e faminta,
de quê?
De sonhos, ou talvez de esperanças,
sons de cristais quebrados
trini tando, despencando,
caindo em sono profundo
esperando um Morfeu que me acolha
me acolha, me acalente
fogem os braços,
despenco novamente
desespero ante as palavras
afundo nelas
Ulisses em cadeias
e apenas as palavras
eróticas, heroicas, obscenas,
sarcásticas, dramáticas...
aparecem aos montes, borrões em minha mente
mente insana, santa e profana
boêmia sem boemia
fauno entristecido
arcanjo desolado...
permaneço nelas
elas, fogem, correm, despencam, escapam
trini tando, quebrando
cristais despedaçados
a procura de um Morfeu sem braços...

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